Paradgma da ética cristã

22/02/2012 17:12

PARADGMA DA ÉTICA CRISTÃ

 

POR, CICERO DE FRETAS AGOSTINHO

Atualmente em muitos ambientes da nossa sociedade a conduta de homens e mulheres, cristãos se deixar arrastar cada vez mais pelas circunstâncias bem como pelos instintos grotescos de animalidade, basta observar que não é difícil encontrar hoje pessoas que declaram publicamente: faço somente o que eu gosto? Faço somente o que eu quero? Essa é a atitude de pessoas conformistas, que são incapazes de orientar a vida conforme aquilo que vê ser o bem.Michelangelo Buonarroti, 1511, teto da Capela Sistina, Roma

Tendo, de tal modo constatado que no campo ético, não estar perto de se estabelecer um consenso devemos averiguar a possibilidade de uma ética universal. Por isso em nome de que paradigma comum poderia ser construído um sistema moral? A solução seria construir uma moral fundamentada na lei natural. Que é aquela que tem como objetivo preservar a vida, o que não significa dizer ser esta a lei do mais forte que existe nos seres não racionais. O que não é o caso. Contudo no que se refere à lei natural, o catecismo universal da igreja católica diz.

 

O homem participa da sabedoria e da bondade do criador, que lhe confere o domínio de seus atos e a capacidade de se governar em vista da verdade e do bem. A lei natural exprime o sentido moral original, que permite ao homem discernir, pela razão, o que é o bem e o mal, a verdade e a mentira. (CIC n 1995).

 

A lei universal, ou lei natural, é uma lei racional porque se refere aquilo que é mais próprio do ser humano, ou seja, a razão, pois se não é pela razão qual o outro instrumento que iremos utilizar para nortear os princípios universais. A lei natural é lei não escrita, imutável e universal em razão de seu fundamento que é a natureza humana. Diremos, pois que a lei natural está no coração de cada homem e que, portanto fundamenta a moral cristã.

Há mais de oito séculos, Tomás de Aquino pelo viés da razão procurou legitimar as verdades da fé, isto é, defender as verdades de fé pela razão, assim sendo, agir moralmente significava agir racionalmente.

Não cabe dúvida de que o reconhecimento da lei natural’’ mostra ao homem o caminho de como viver de acordo com a verdade da lei eterna, concebida pela razão divina e promulgada na criação, e que nós participamos dela racionalmente.

A verdade divina se manifesta no decálogo, sagrada escritura e magistério da igreja, ou seja, os dez mandamentos comportam os princípios fundamentais que norteia a conduta humana e leva-nos assim a fazer o bem. Nesse sentido na verdade ninguém escolhe fazer o que é bom por escolher, mas por que julga que os seus atos estão conforme a razão. Vejamos um pequeno trecho do catecismo universal da Igreja católica.

 

Na intimidade da consciência, o homem descobre uma lei. Ele não a dar a si mesmo. Mas a ela deve obedecer chamando-o sempre a amar e fazer o bem e a evitar o mal, no momento oportuno a voz desta lei ressoa no intimo de seu coração... É uma lei inscrita por Deus no coração do homem...

A consciência é o núcleo secretíssímo e o sacrário do homem, onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa sua voz (CIC N 1776).

 

Isto nos leva a dizer que esta lei é universal, ou seja, valida para todos os homens por que está presente no coração de cada homem, visto ter sido ela estabelecida pela razão divina da qual nos participamos. A lei natural é assim uma lei imutável, perfeita, eterna e não escrita, mas promulgada por Deus na criação, regra da vida dos cristãos e não cristãos que foi assumido pela moral cristã, e ensinado pela igreja de Jesus Cristo como uma lei, "presente no coração de cada homem e estabelecida pela razão, a lei natural é universal em seus preceitos e sua autoridade se estende a todos os homens" (CIC n 1956).

Concluindo, vemos, por meio da tradição da igreja católica, principalmente pelos estudos de santo Tomás de Aquino, e expresso no catecismo universal, um conceito mais aprofundado de lei natural. Assim, pois, convém admitir que a moral cristã enquanto moral religiosa pode ser aplicada a todas as culturas e civilizações, no sentido de que ela já foi vivida por uma infinidade de pessoas.

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